Museu

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"Recordar é permanecer vivo nas lembranças que compõem a nossa história de vida."

Durante mais de 45 anos da minha vida pessoal, eu, Augusto Campos Pais, Chefe do Quadro de Honra dos B.V.Feira, popularmente só conhecido como "O Estinha", fui tendo a oportunidade de colecionar muitas peças que, agora, fazem parte do Nosso Museu.

No conjunto dessas peças, ao longo dos anos, muitas delas fui-as comprando, outras, por troca, fui-as alcançando, outras, também, somar-se tão número elevado de peças.
Naturalmente, temos de admitir que, só com muita paixão à mistura, algo do género é possivel alcançar-se, e, também, somar-se tão número elevado de peças.
A determinada altura da minha vida, já eram tantas e tantas peças que, em minha casa, não tinha espaço possível para as "manter vivas" ou seja, "à vista". Muitas começaram a ficar empacotadas.

Era, então, nessa altura, Presidente da Nossa Coletividade - B.VFeira -, o engº Artur Brandão, que desde logo que essa hipótese "pairou no ar", imediatamente aceitou e incentivou a ideia de se fazer um Museu.
Do pensamento à ação, o ato foi contínuo.
Felizmente.
Convém, também, esclarecer que, com o entusiasmo do possível nascimento do Museu, logo começaram a surgir mais alguns interessados a ajudar na ideia, quer na sua feitura, quer, também e, ainda, a doarem, algumas peças, a quem, aqui e agora, se agradece com verdadeira emoção.

E, foi assim, que nasceu o Nosso Museu, o "MUSEU B.V.FEIRA".
Creiam, por ser verdade, que, é com orgulho sincero, não sendo, por isso, esse orgulho doentio, que vi nascer e crescer este dito Museu, pelo que, cumpre-nos também dizer que foi com imensa satisfação e emoção, que, no dia da sua inauguração, na placa, cuja fotos a seguir constam- Verifiquei estar lá escrito - "Estinha".

Só a vaidade saudável é recomendável.
Aqui, com modéstia, parece-nos o caso.
Pelo que dito ficou, livre de preconceitos ou de qualquer outra idiossincrasia, que alguém pudesse querer desvirtuar, assim se poderá exclamar:

- "Ninguém será verdadeiramente rico" se, em momento algum da sua vida, nem que seja apenas e só, uma única vez, não tiver algo para dar.
Exatamente por isso, pode-se declarar, sem tentar iludir, que, apesar de ser uma pessoa pobre, me senti verdadeiramente rico, no momento em que pude doar, aos Bombeiros Voluntários, muitos dos bens, que agora, fazem parte do Museu da Minha Terra.

Terra esta, que também se poderá dizer, 
Bem Amada.
Vivam, os Bombeiros Voluntários da Feira,
Vivam, todas as Coisas Materiais e Imateriais da Minha Terra, 
Pois, 
Elas, nasceram, e, hão-de vingar, com este tipo de doações Espirituais,
Que engradecem a Nossa Terra, bem como, os seus gestos e as suas gentes.
A todos que colaboraram na construção do Museu,
O Nosso Bem Haja.

O belissimo fado que todos, porventura, conheceremos, só não o cantaremos, por incapacidade absoluta de o fazermos, no qual, na primeira e última, estrofes dos seus veros, assim se pode ler e cantar:

É meu e vosso este fado
Destino que nos amarra
Por mais que seja negado
Às cordas de uma guitarra

Ó Gente da Minha Terra
Agora é que percebi
Esta tristeza que trago
Esta tristeza que trago
Foi de Vós que recebi.

As emoções que, de facto, nos tocam, podem parecer tristeza e até fazer-nos chorar , mas nem por isso, deixam de ser boas e salutares.